Consenso como valor político-social

O Uruguai é marcado por uma forte cultura democrática do país desenvolvida a partir do começo do século 20 com o Presidente (progressista) Battle. Desde então, tornou-se uma sociedade baseada no consenso, característica que está arraigada em todo o cidadão uruguaio. Nada é decidido sem que haja debate na sociedade até chegar a um ponto em comum onde todos cedem. Embora mais demoradas, as decisões são mais duradouras. A cultura do consenso reflete no uso constante dos plebiscitos para decisões ligadas à Constituição. Uma delas, na década de 90, foi a decisão pela ‘não privatização’ das empresas públicas.

O consenso também permeia a política partidária, a Frente Amplia é uma coalizão de partidos de esquerda que atua sob uma mesma legenda.

Sob a gestão de Mujica, uma série de leis progressistas são aprovadas. Em 2012 aprova-se a lei do aborto, em 2013 a lei do casamento homoafetivo e 2014 a legalização da maconha. Embora Mujica fosse contra algumas medidas, sancionou as leis pela mobilização social e pelas decisões internas no partido. E em 2014, o plebiscito para aprovar a maioridade penal, gerou grande mobilização da sociedade civil, e as campanhas ‘No a la Baja’ e ‘Colibri’ foram responsáveis pela maior manifestação recente do país e barraram a mudança constitucional.

Embora a sociedade civil seja muito ativa, não há grandes organizações do terceiro setor, a maioria das atividades políticas e sociais são voluntárias. Esse fato reforça a cultura democrática da sociedade e também a força dos partidos que acolhem as discussões e, por isso, estão mais conectados à sociedade. A grande parte dos ativistas fazem parte do Frente Amplia.

Embora seja a população mais idosa da América Latina, é a mais conectada e tem a meta de digitalizar todos os serviços públicos até 2020.