Democracia intercultural em construção
Em 2006, com a eleição de Evo Morales como presidente, figura que veio do movimento dos cocaleros, maior movimento social da Bolívia, o país ganha visibilidade internacional, principalmente por ser o primeiro presidente de origem indígena e pelas suas pautas de atuação: reforma agrária e nacionalização de setores chave da economia.
Inovações cidadãs vão aparecendo neste processo, como uma nova Constituição aprovada em 2009 e estabelece a criação do Estado Plurinacional da Bolívia, reconhecendo a existência de 36 nações indígenas e dando autonomia política e jurídica. A partir daí, Bolívia começa a colocar-se no cenário internacional como uma democracia intercultural.
Além do sistema político e jurídico dar autonomia para as nações indígenas reconhecidas, o país conta com uma lei que prioriza a utilização de software livre para o governo, com a implementação de uma agência pública (AGETIC) que coordena este processo e ainda desenvolve tecnologia em código aberto para o governo eletrônico.
O país também é reconhecido em políticas públicas que visam a paridade de gênero nas instituições públicas, sendo o 2º país do mundo com um legislativo 50% composto por mulheres. Mesmo assim, os desafios de participação efetiva e consolidação de mulheres na política institucional é incipiente, uma vez que a cultura patriarcal ainda permanece nas estruturas de poder, até mesmo nas indígenas.
Apesar dos avanços políticos, em 2016 Evo Morales tenta aprovar sua 4ª reeleição a partir de um referendo, numa tentativa de alteração da Constituição. A população, principalmente jovens que tiveram somente um presidente em exercício, reivindicam seus direitos à alternância de poder, ocupando as ruas na mobilização nacional conhecida como 21f (21.02.2016) contra o referendo. O “NÃO” à reeleição ganha, mostrando o cansaço e pedindo por uma renovação real. Mas o governo não aceita a derrota e cria uma campanha de descrédito, soltando notícias falsas sobre a mobilização e associando à oposição.
Neste momento, novos partidos e movimentos nascem, muito deles ligados à juventude, com a ideia central de renovação institucional real, fazendo surgir novas lideranças políticas com pretensões de candidatura nas próximas eleições, que serão em 2019.
AGETIC Bolívia
Agência de Governo Eletrônico e Tecnologias de Informação e Comunicação.
Fuerza, Unidad y Renovación - FUR
Fuerza Unidad y Renovación (FUR) é uma nova organização política composta por jovens e com o objetivo de renovar a cena política boliviana.
La Pública
Plataforma digital que busca fortalecer o exercício cidadão e a construção de espaços públicos mais ativos e plurais por meio da articulação do jornalismo, novas tecnologias e o ativismo em todas as suas formas.
Mandato Soledad Chapetón
Soledad Chapetón é uma política boliviana que tem sido candidata a diferentes cargos na esfera municipal e nacional.. Atualmente, é prefeita da cidade de El Alto, a quarta maior cidade da Bolívia.
Observatorio de Género - Coordinadora de la Mujer
Rede de organizações não-governamentais que gera processos de inter-aprendizado, pesquisa e comunicação, visando desenvolver estratégias de advocacia política, promover ações de mobilização pública, controle social, exigibilidade e justiciabilidade que influenciem uma mudança nas condições de vida das mulheres.
Otra Izquierda Posible - OIP
Coletivo cidadão que luta pela defesa da democracia.
Oxfam en Bolívia
A Oxfam trabalha na Bolívia desde 1988, através de diferentes parceiros locais, incluindo organizações da sociedade civil, associações, redes e diferentes níveis do governo boliviano, com base na complementaridade e no respeito mútuo.
Red de la Diversidad - Fundación Wayna Tambo
Rede de iniciativas comunitárias que a partir de sua ação, promovem uma reflexão do mundo contemporâneo, repensando a ação e transformação social a partir da diversidade e das contribuições das cosmovisões indígenas, participação juvenil e campo cultural como lugar de resolução do político.
TSE - Bolívia
Supremo Tribunal Eleitoral da Bolívia.
As lógicas e a vocação do território latino-americano ao longo das últimas décadas. Conheça o contexto político que faz surgir um novo momento e uma nova identidade política que busca fortalecer identidades, direitos e a democracia.
O surgimento e a materialização de um novo perfil comportamental que demonstra esse novo pensar e fazer política nos territórios: suas ações, estratégias, princípios, mentalidade e valores.
A definição e visão de inovação política neste contexto, os principais desafios e as ferramentas para que este ecossistema permaneça, realize e transforme as instituições e sociedade.